Curvas de uma estrada de asfalto, com árvores, montanha e o céu azul de fundo
georgeclerk / Getty Images

A trajetória contínua de estudos…

Laíny Moraes

--

A curiosidade e vontade de aprender por trás da necessidade de investir em qualificação na área!

O ano era 2012, eu já estava com dois anos de formada em Matemática e recém contratada como Analistas de Requisitos/Negócios. Até então, eu tinha apenas os conceitos do que havia estudado nos livros de UML enquanto me preparava para o processo seletivo. Eu precisava de mais!

Em um primeiro momento, cuidei em conhecer todo o fluxo, padrões e artefatos que firmavam as fases de iniciação e planejamento do projeto e serviam como os entregáveis do time de Produto para o cliente, e somente após aprovação, poderia seguir para a fase da execução e posteriormente, para a fase do encerramento com homologação e liberação do pacote para produção.

Meu primeiro projeto, foi realizar as especificações necessárias, além de levantar as regras de negócio com o Gestor de Investimentos do banco, para desenvolvermos o serviço de Análise do Perfil de Investidor que seria destinado aos correntistas que desejassem realizar investimentos em alguma carteira ofertada pelo banco.

Esse projeto em questão, me apresentou a vários conceitos novos, como a comunicação entre sistemas por meio de transações de duas ou três pernas, comunicação por mensageria, conceitos sobre investimento, armazenamento de informações em banco de dados relacionais e acabou sendo essencial na decisão em iniciar uma pós em Engenharia de Software para ter um panorama geral desde o nível técnico até o nível de negócio/gerencial ao qual eu estava mergulhada no dia a dia.

Aqui pulamos para o final de 2014, onde eu estava finalizando a minha pós e como estudar é uma variável constante na equação da vida, eu já me perguntava qual seria o próximo investimento em conhecimento e a necessidade e direcionamentos da empresa, que para estar em conformidade com editais de licitação do cliente, orientava que seus funcionários tivessem certificação em ITIL v3, me levaram a optar na escolha por realizar esse investimento.

Eis que algum tempo depois, todo o aprendizado adquirido para a certificação, me ajudou a contribuir na elaboração do Plano de Gerenciamento Técnico, com base nos processos e gerenciamentos de serviços da ITIL a ser utilizado pela empresa que, em 2016, venceu a licitação do edital das solução da automação bancária do Banpará.

Alguns meses depois, eu resolvi que estava na hora de ampliar meus conhecimentos dentro da análise de requisitos e investi na certificação Certified Professional for Requirements Engineering (CPRE-FL). Note, que depois de muito estudo por conta própria e vivência na prática ao longo de 3 anos, eu parti pra teoria! Comprei apenas o voucher da certificação, sem direito ao curso preparatório, fiz uma viagem até Brasilia e tirei a bendita!

Spoiler alert: o mesmo aconteceu com a certificação em PO, com a única diferença de que eu não precisei viajar para tão longe, pois fiz a prova no conforto do meu lar, de forma online! Porém, esse investimento em si, vai ficar para outra postagem!

Quem trabalha para o B2B e os clientes são organizações públicas, deve saber que a maioria dos editais precificam o serviço através de Pontos por Função. Ou seja, qualquer alteração demandada pelo cliente, deve ser contabilizada em pontos por função e o valor a ser cobrado é calculado com base no valor do ponto. Atribuo a famigerada planilha de APF (Análise por Ponto de Função) o processo acelerado que resultou em alguns fios brancos de cabelo!

APF é o tipo de recurso que exige, não só sólidos conhecimentos do negócio, dos requisitos do sistema que está sendo contado, dos conceitos básicos da engenharia de requisitos, como também, sólidos conhecimentos em cada regrinha do manual da APF ou do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP).

A essa altura do campeonato, eu sabia o suficiente pra argumentar com o cliente o porquê os campos x e y eram necessários e a retirada deles trariam ganhos apenas para reduzir a contagem da APF, o que seria ideal pra eles que pagavam por ponto, mas seria prejudicial ao negócio. Só quem já trabalhou com APF sabe o que são as revisões intermináveis solicitadas pelo cliente para justificar um tipo de Entrada Externa, Consulta ou Saída Externa, se os arquivos lógicos eram ALI ou AIE e por aí vai.

E então, eis que eu tive mais um motivo para me dedicar aos estudos de APF. O objetivo na época era tirar a certificação inclusive, mas dado o custo ser um pouco alto, eu optei em ficar apenas com o curso disponibilizado pela Fatto.

Naquela época, eu não tinha nenhum vislumbre do universo de conhecimentos que me aguardavam sobre User Stories, BDD, Discovery, Lean Inception, Kanban. Tinha tido apenas um pequeno contato com algumas cerimônias do Scrum na época em que trabalhei na Cobra Tecnologia, mas nem de perto, tinha respirado o que eram métodos ágeis, como usar, como medir, como performar um time, conceitos esses que só fui de fato trabalhar quando comecei a trabalhar na Softplan.

Na próxima postagem, falarei um pouco mais sobre os demais investimentos em qualificação e o que me trouxe até Florianópolis! Por hoje, me despeço por aqui, aproveitando para lembrar que esse post faz parte de uma serie de postagens que resolvi escrever sobre a minha carreira na área de produto em TI, com o objetivo de motivar você ou alguém que você conhece a correr atrás, a não desistir e a continuar buscando a realização dos seus objetivos.

  1. Da Matemática para o mundo da TI
  2. A trajetória contínua de estudos…
  3. Decisões de carreira: inquietações e motivações

Por isso, espero que gostem e fiquem a vontade em compartilhar! Ah,me chamem lá no LinkedIn, se desejarem trocar uma ideia ou tirar alguma dúvida!

--

--